O Negócio do Lixo

A disposição do lixo urbano é um problema mundial.
Cada habitante gera, em média, no Brasil, cerca de um quilo de lixo por dia — ou seja, aproximadamente 230 mil toneladas de resíduos são produzidas diariamente no país.

No Brasil, o descarte ilegal é regulamentado por lei desde 1954, com atualizações posteriores, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), de 2010, entre as diretrizes mais recentes. O problema, porém, começa na base: pela educação da população quanto ao descarte e à pré-seleção dos materiais consumidos.

Sim, é possível resolver o problema do lixo nas grandes cidades brasileiras. A criação de usinas de triagem, aproveitamento e destinação correta dos resíduos é a chave. Isso inclui:

• Separação de materiais recicláveis

• Geração de energia elétrica

• Produção de adubo orgânico, entre outros subprodutos
  Tudo isso gera receitas importantes e sustentáveis.

A tecnologia já existe — e funciona em diversos países, especialmente na Europa.

Destinos possíveis para o lixo urbano:

• Geração de energia por termelétricas, utilizando resíduos sólidos como combustível.

• Matéria orgânica decomposta em biodigestores, gerando biogás (metano e CO₂), com o CO₂ podendo ser reaproveitado na produção de gelo seco, entre outras aplicações.

• Recicláveis, considerados a parte “nobre” do lixo, são enviados para a indústria como matéria-prima reaproveitável.

• Óleos usados transformados em biodiesel e outras formas de regeneração industrial.

Se tudo isso é possível... por que ainda não fazemos acontecer?
Existe, sim, interesse de empresas privadas em assumir a gestão e o aproveitamento econômico dos resíduos — o chamado “Negócio do Lixo”. E já há exemplos inspiradores.

Em Barcelona, o lixo é coletado por redes subterrâneas, viajando até 35 km a uma velocidade de 85 km/h até as estações de processamento.

Ou seja: o lixo pode virar riqueza — não só financeira, mas ambiental, ao eliminar lixões a céu aberto, preservar ecossistemas e transformar passivo ambiental em solução tecnológica.

O meio ambiente agradece.